Odontologia preventiva para nossa equipe é fundamental! Entendemos que o paciente não pode desenvolver uma higiene satisfatória, ou mesmo ter rotinas eficazes de prevenção se esses cuidados não vierem desde a sua infância. Orientar, então, corretamente às crianças sobre como ter uma higiene adequada, sempre usando técnicas específicas para sua faixa etária, é a chave do sucesso para uma boa saúde bucal no futuro.
O “medo de dentista” ainda é algo bastante comum, por esse e outros fatores, muitas vezes a ida a um consultório odontológico se resume a episódios de dor ou algo fora do normal. Mais um motivo para se apostar em PREVENÇÃO e evitar procedimentos e gastos com tratamentos que poderiam ter sido evitados.
A placa bacteriana não é responsável apenas pelas cáries, os chamados “problemas periodontais” também são comumente causados por bactérias bucais. Periodontia é a área da odontologia que trata da prevenção e/ou tratamento dessas alterações, que envolvem desde uma simples inflamação gengival (gengivite), até a destruição dos tecidos que sustentam e protegem o dente, ou seja, gengiva, osso e ligamento periodontal (periodontite).
A periodontia tem forte relação com a prevenção. Como adaptar uma simples restauração, colocar uma prótese, fazer um implante ou realizar movimentação com aparelho ortodôntico em dentes que ficam inseridos no osso periodontal sem antes analisar e, quando necessário, tratar alterações nessa região? Outro detalhe importante: doença periodontal é uma doença bacteriana, logo, envolve contaminação. Como fazer qualquer procedimento em uma boca contaminada e dentes cheios de placa bacteriana? É como construir uma casa sem antes fazer uma boa avaliação do terreno onde ela será construída.
Uma limpeza dentária (profilaxia) eficiente tem papel fundamental na prevenção de problemas bucais diversos. Mas o que fazer quando são realizadas limpezas que duram 15 minutos, onde somente são usadas escova e pasta e o flúor é aplicado ao final? A profilaxia envolve muito mais que isso. Dependendo das características de cada paciente, devendo conter passos como: acabamento e polimento das restaurações de amálgama e resina, remoção de quaisquer fatores retentivos de placa, remoção de manchas dentárias superficiais e profundas, remoção do “tártaro” superficial (nível supra gengival), remoção de placa bacteriana e aplicação do flúor.
A desinformação dos pacientes e o diagnóstico tardio é outro grande problema. Isso piora com o fato de haver, com frequência, negligência profissional, pois inspeção visual e exame bucal com espelho não diagnosticam essa doença. Deve ser feita uma “sondagem periodontal” (PSR – avaliação periodontal simplificada) para identificar a existência dessa doença, que é muito mais comum do que se pensa. Assim, ela se instala e progride sem ser percebida.
A doença periodontal pode ter diversos graus. Nos estágios iniciais, trata-se de uma alteração silenciosa, que não gera sinais visíveis, não provoca dor ou desconforto. São inflamações gengivais (gengivas vermelhas, inchadas e lisas), sangramentos e a presença de cálculo dental (“tártaro”) os únicos “problemas” que, quando percebidos, não despertam grande preocupação. No máximo, se faz uma limpeza dentária superficial que contém temporariamente essas alterações.
Nos estágios mais avançados, podemos identificar com frequência sinais como: halitose persistente, presença de pus dentro das gengivas, mobilidade dental, mudança na posição dos dentes (principalmente afastamento entre eles que não existiam antes), exposição da raiz de alguns dentes (sensação que o dente “está maior”, pois a gengiva “se afasta” do dente).
O tratamento não promove a cura definitiva da doença, o quadro é resolvido e a doença fica sob controle. Há, portanto, necessidade de retornos periódicos ao periodontista, conforme a necessidade de cada caso. O mais importante é tomar consciência de tudo isso e entender, que essa doença pode gerar consequências irreversíveis e graves, dependendo do seu grau. O paciente tem papel fundamental nesse processo para o sucesso do tratamento, sem a ocorrência de recidivas.